O conceito de Inovação Aberta, criado por Henry Chesbrough em 2003, propõe às empresas a quebrarem suas fronteiras e buscarem parcerias com outras instituições para catalisar o desenvolvimento de suas soluções. Chesbrough definiu a inovação aberta como o “uso de fluxos de conhecimento internos e externos para acelerar a inovação interna e expandir os mercados para o uso externo da inovação, respectivamente”. Na atual era digital, existe uma grande globalização da informação e do conhecimento, o que faz com que a ciência e tecnologia alcancem, cada dia mais, níveis altos de complexidades, em ciclos de vida dos produtos cada vez mais curtos. No tempo presente, para que as empresas possam se manter competitivas no mercado é preciso unir forças para continuar o processo de inovação e diferenciação.
Quer saber mais sobre o conceito? Preparamos este conteúdo com exemplos de como a inovação aberta acontece. Continue a leitura.
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Inovação aberta no Brasil
De acordo com dados do ranking The 100 Open Startups, a inovação aberta cresceu 1.900% no período de cinco anos. Segundo o levantamento, em 2016 a quantidade de empresas que se relacionaram com startups era de 82, contra 1.635, em abril de 2020. Um outro dado de destaque, publicado pelo Neo Ventures, revelou que as mulheres lideram 40% dos 100 principais programas de inovação aberta existentes no país. O site também aponta que 80% dos acordos resultam em transferência de recursos da empresa maior à startup. Esse repasse de recursos pode ser em forma de contratação de serviços, produtos ou investimentos de corporate venture capital.
Benefícios da inovação aberta
Por maior e mais estruturada que seja uma empresa hoje, ela dificilmente terá, apenas internamente, todos os conhecimentos, recursos humanos, tecnológicos e financeiros para inovar na atual era da quarta revolução industrial. O modelo de inovação tradicional se baseia em uma estrutura vertical, sendo realizado apenas internamente o desenvolvimento e testes de produtos, para depois serem apresentados ao mercado.
No modelo de inovação aberta, o desenvolvimento de soluções se baseia no grande pilar de colaboração entre empresas, indivíduos e órgãos públicos para criação de novos produtos e serviços que impactam a vida das pessoas e sociedade como um todo. Para as grandes corporações, este modelo, inicialmente, é um “tabu que cai”, afinal todas as suas criações sempre foram guardadas a sete chaves como um grande segredo industrial.
Já ouviu o famoso ditado “A união faz a força”? Então, esse é um dos princípios e benefícios da inovação aberta. Ela viabiliza a redução de investimentos e custos de desenvolvimento interno, resultantes de uma menor necessidade de estruturação de uma grande infraestrutura de laboratório, com uma equipe dedicada dentro da empresa. Além disso, oportuniza o aumento de receitas derivadas de projetos, sendo geradas pelo licenciamento de tecnologia, pela venda de projetos ou pela geração de uma spin-off. A figura a seguir sintetiza essas diferenciações:

Inovação aberta: união entre empresas para uma solução
Um exemplo que tomou proporções mundiais e demonstrou seus resultados positivos no combate à Covid-19 foi a união entre a farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca e a Universidade de Oxford, na Inglaterra. O governo britânico, inclusive, foi um dos financiadores do projeto. Os cientistas conseguiram fazer em 10 meses um trabalho que, geralmente, leva 10 anos. Aqui no Brasil, a parceria para a produção local de vacinas foi feita com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Outra inovação para o combate à pandemia foi entre a farmacêutica americana Pfizer e a biofarmacêutica alemã BioNTech. Em março de 2020, as empresas anunciaram a colaboração, com o intuito de unir as capacidades da Pfizer de desenvolvimento, regulatórias e comerciais, com a tecnologia e expertise da BioNTech em vacinas baseadas em mRNA. O imunizante produzido pelas empresas foi o mais rápido a ser aprovado na história, o recorde anterior pertencia à vacina da caxumba, que levou 4 anos para ser produzida.
Inovação aberta no MilSênior colabora para transformação da saúde
Aqui, no MilSênior, estamos sistematicamente atentos às grandes demandas e oportunidades do mercado com o intuito de gerarmos soluções que impactem positivamente na longevidade e saúde das pessoas. Por isso, constantemente nos conectamos com startups e instituições de ciência e tecnologia (ICTs) que têm soluções e conhecimentos que podem nos ajudar nessa grande jornada pela melhoria da saúde das pessoas.
Um dos projetos desenvolvidos, via inovação aberta, foi realizado em parceria com o SENAI/Cimatec, onde desenvolvemos uma ferramenta que é capaz de analisar imagens do pulmão e diagnosticar a Covid-19 por meio da inteligência artificial. Esse é mais um passo para potencializar a saúde com soluções tecnológicas em benefício do bem-estar das pessoas. Clique aqui e saiba mais.
Simbiose tecnológica no MilSênior
Nós, do MilSênior, promovemos a inovação aberta por meio do Programa Simbiose Mil, em que empresas de tecnologia, institutos de ciência e tecnologia, grupos de pesquisa, estudantes, entre outros profissionais e organizações podem fazer parte de nosso ecossistema para, juntos, desenvolvermos soluções que promovam melhorias na saúde coletiva.
Inscrições abertas: se você faz parte de uma organização ligada à tecnologia e tem interesse em inovação, inscreva-se no Programa de Inovação Aberta Simbiose Mil.
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Fonte: Pfizer